Novo projeto submetido ao CNPq, edital 45/2012 – SiBBr

Contrariando a lógica, tendo em vista o placar CNPq x Rubens Pazza, segue mais uma proposta, desta vez em parceria com o pessoal de Sistemas de Informação da UFV/CRP. Eis o resumo.

Coleções biológicas são importantes fontes de acesso e manutenção do nosso conhecimento sobre a biodiversidade. Permitem o intercâmbio de informações entre pesquisadores, bem como podem oferecer importante subsídio para museus abertos para visitação de estudantes e público em geral. A viabilidade de um sistema informatizado que permita oferecer serviço de busca e relatórios precisos sobre a biodiversidade é de extrema importância, dado o ritmo de descentralização da produção de conhecimento no Brasil em virtude dos programas de interiorização das Universidades Públicas Federais (Programa de Expansão e REUNI, por exemplo). Desta forma, a manutenção descentralizada de coleções biológicas desencadeada pela distribuição de novos pesquisadores no interior do Brasil permite que os mesmos fiquem mais próximos das regiões que ainda carecem de estudos ao passo que a informatização e a criação de um Sistema nacional reduz a distância dos grandes centros. Além disso, esta descentralização torna o conhecimento gerado sobre a biodiversidade mais próxima da população, para o qual as ações de difusão do conhecimento precisam ser direcionadas se tivermos planos de conhecer e conservar a biodiversidade brasileira. Neste sentido, com a implantação do Campus de Rio Paranaíba da Universidade Federal de Viçosa (UFV-CRP), e a contratação de corpo docente interessado em estudos sobre a biodiversidade, bem como na difusão e popularização do conhecimento acerca desta, veio também a criação do Laboratório de Genética Ecológica e Evolutiva (LaGEEvo). Neste laboratório são realizadas pesquisas acerca da biodiversidade de espécies de peixes e répteis, bem como a diversidade genética destes grupos, possuindo desde então coleções de peixes e répteis, bem como de seus tecidos e DNA. Rio Paranaíba encontra-se em uma região bastante interessante por localizar-se sobre o Arco do Paranaíba, um importante divisor das águas dos rios Paraná e São Francisco, além de ter como bioma predominantemente o Cerrado, um dos “hotspots” para conservação da biodiversidade mundial. Contando com um acervo crescente e já requisitado por outros pesquisadores através de empréstimos de material, bem como para depósito de exemplares oriundos de atividades de levantamento de fauna para empreendimentos agrícolas, o LaGEEvo também tem atuado na preparação do Museu da Biodiversidade a ser implantado no Campus de Rio Paranaíba da UFV. Experimentos piloto de visitação monitorada de estudantes estão sendo realizadas para melhor projetar as atividades do futuro museu. Neste sentido, a modernização do acervo com sua informatização completa e disponibilização pública torna-se uma meta primordial para a continuidade de suas atividades. Com o apoio de docente e alunos do curso de Sistemas de Informação da UFV-CRP, a presente proposta visa justamente informatizar a coleção do LaGEEvo, bem como facilitar os processos de geração de relatórios para o SISBio (IBAMA), integração com o Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr), e demais necessidades dos pesquisadores, bem como oferecer plataformas via web para busca e geração de relatórios por parte de pesquisadores de outras instituições ou mesmo o público em geral. O sistema será mantido em servidores WEB e poderão ser acessados via internet de qualquer lugar através de um navegador comum e também por aplicativos que serão criados para iOS e Android. Por consequência, cumprindo com seu papel de geração, intercâmbio, difusão e popularização do conhecimento.

2 thoughts on “Novo projeto submetido ao CNPq, edital 45/2012 – SiBBr

  1. Rubens Pazza disse:

    Recebi uma resposta maravilhosa do CNPq. Entrei com recurso escrevendo o que segue. Eu duvido que tenha sucesso, mas pelo menos desabafei um pouco.

    “Eu não acredito que li o seguinte parecer: “A proposta não atende ao objetivo da Chamada, uma vez que não prevê a efetiva informatização e disponibilização de dados referentes à Coleção Biológica. O projeto é focado no desenvolvimento de software em caracter experimental para gerenciamento de dados na instituição.”

    Está explícito que o desenvolvimento do software é para a informatização e disponibilização dos dados referentes à coleção biológica. Tanto está explícito no resumo que está também na metodologia. Não haveria na metodologia todos os passos para desenvolvimento web se isto não fosse verdade. Não haveria na metodologia os mecanismos de busca e de acesso não somente de outros pesquisadores como do público em geral, se não fosse verdade.

    É lamentável que a proposta que se enquadra perfeitamente dentro dos objetivos do SiBBr, inclusive a comunicação com o sistema do SpeciesLink prevista e que está em implantação, tenha sido rejeitada sem uma desculpa válida. O parecer é incoerente e realizado por alguém que não leu a proposta. É lamentável que o CNPq continue atuando desta forma, com pareceristas que não lêem sequer o resumo do projeto.

    Para exemplificar, tomemos o seguinte trecho retirado do resumo encaminhado ao CNPq:
    “Neste sentido, a modernização do acervo com sua informatização completa e disponibilização pública torna-se uma meta primordial para a continuidade de suas atividades. Com o apoio de docente e alunos do curso de Sistemas de Informação da UFV-CRP, a presente proposta visa justamente informatizar a coleção do LaGEEvo, bem como facilitar os processos de geração de relatórios para o SISBio (IBAMA), integração com o Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr), e demais necessidades dos pesquisadores, bem como oferecer plataformas via web para busca e geração de relatórios por parte de pesquisadores de outras instituições ou mesmo o público em geral. ”

    Como, por gentileza, me expliquem, como foi que o parecerista conseguiu encontrar que o projeto não prevê a informatização e disponibilização do acervo? Como? Nossa proposta ia diretamente de encontro ao que foi estabelecido no edital. Inclusive já estava com suas ações em andamento, e o financiamento seria crucial para que boa parte das atividades fosse bem sucedida.

    Desta forma, gostaria que outra desculpa comumente adotada pelo CNPq fosse dada, pois esta, sinceramente, foi de muito mal gosto.”

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